MEDITAÇÃO DA SEMANA

AS RIQUEZAS E O REINO DE DEUS

10 de outubro de 2010

          A confiança nas riquezas é condenada pela Palavra de Deus. Davi afirma que, em sua prosperidade, pensava que jamais seria abalado, mas depois reconhece: "Tu, Senhor, por teu favor fizeste permanecer forte a minha montanha; apenas voltaste o rosto, fiquei logo conturbado."  Salmo 30.6s. E por isso o mesmo Davi ensinou: "Se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração." Salmo 62.10.

          O profeta Jeremias adverte o povo de Israel por este não ter ouvido a Deus na prosperidade: "Falei contigo na tua prosperidade, mas tu dissese: Não ouvirei. Tem sido este o teu caminho, desde a tua mocidade, pois nunca deste ouvidos à minha voz." Jeremias 22.21.

          Quanto a Cristo, ele ordena que não se acumulem tesouros sobre a Terra, mas sim no Céu, observando categoricamente que "ninguém pode servir a dois senhores" e que não podemos "servir a Deus e às riquezas." Mateus 6.19 e 24. A pessoa que pretender servir a Deus e às riquezas entrará num autêntico dilema ético e religioso, "porque ou há de aborrecer-se de um (senhor) e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro" (Mateus 6.24). Por isso, de fato, ninguém pode, isto é, nenhum ser humano é capaz de servir a Deus e às riquezas.

          A palavra "servir", no originalm Grego é douleu e significa prestar obediência plena e incondicional a seu senhor, chegando à renúncia de seu próprio eu, como disse Paulo: "Já não sou mais eu quem vivo, mas Cristo vive em mim". Certamente, conhecendo os significados atribuídos a "douleu" em seu contexto, Cristo utiliza a palavra num sentido moral e espiritual, isto é, a pessoa que serve a Deus lhe pertence e não tem outro Senhor e a pessoa que serve às riquezas é sua escrava, não desfrutando da liberdade dos filhos de Deus.

          Quanto à palavra "riquezas", ela é a tradução de "Mammon", palavra que ocorre com frequência no Aramaico e no Siríaco. É usada por Mateus como personificação das riquezas. A palavra grega "mamonas" (mamwnas) significa no aramaixo "confiança", isto é, "riqueza" personificada. Para John Wesley, "mammon" significa riquezas (dinheiro), ou qualquer coisa amada ou almejada sem referência a Deus. Pode-se concluir que "mammon" significa "tesouro", "riquezas" que são personificadas e opostas a Deus. Servir às riquezas, portanto, é o mesmo que servir a Satanás, que pode se personificar nelas, querendo seduzir-nos, como fêz com o próprio Cristo, oferecendo-lhe falsamente todos os reinos do mundo e toda a glória deles, exigindo, em troca, a sua adoração. Mas Cristo lhe ordenou: "Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás (isto é, darás culto)". A riqueza, em Mateus portanto, aparece num contexto litúrgico, é oposta ao culto a Deus.

          E deve-se observar quão significativo é o fato de o único evangelista que registra esse dito de Jesus ser um homem que deixou tudo para segui-lo, e que era rico - um coletor de impostos, cujo texto original, de acordo com a crítica bíblica, foi escrito em Aramaico, sendo depois vertido para o Grego. Por isso, a palavra traduzida por "riqueza", no original, adquire um sentido mais profundo ainda para nós.

          A prosperidade é um dom de Deus, conforme Eclesiastes 5.19. No entanto, aqueles que confiam nas riquezas dificilmente entrarão no Reino de Deus (Marcos 10.23). Podem empreender, prosperar, mas se não servirem a Deus, não entrarão em seu Reino.

                                                                Rev. Isaar Soares de Carvalho


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